Collaboration Communication Togetherness Work Concept

O Segredo para uma Comunicação Eficaz segundo Aristóteles e a sua Aplicabilidade no atual Mundo Digital

O conhecido filósofo e orador grego Aristóteles, já há muitos anos atrás apontou os elementos essenciais de uma comunicação eficaz e impactante capaz de conectar verdadeiramente o orador com o seu público, mas nós temos andado distraídos!

Hoje, tal como na antiguidade clássica, os oradores públicos devem ser capazes de persuadir ou convencer o seu público, e de passar convenientemente e com impacto a sua mensagem. Daí que em plena era digital da febre da comunicação seja importante revisitar este grande filósofo e repensar a forma como andamos a comunicar.

O tema da Comunicação é incontornável nos dia que correm, pois …Não há Liderança, Estratégia, Motivação, Relacionamentos nem Compromisso das pessoas e, definitivamente, não há resultados para as marcas sem Comunicação!

O problema é quando a ânsia de comunicar atropela a comunicação e nos esquecemos que segundo os ensinamentos de Aristóteles existem coisas que devemos levar em conta quando comunicamos: os 3 pilares da arte da retórica… ou a arte do convencimento, logo de uma comunicação eficaz…

Ethos, Logos e Pathos

Ethos

Sim, o termo “ética” está implícito nessa palavra, o que já é bastante explicativo por si só. O ethos é a percepção que o público tem sobre a tua autoridade sobre o assunto sobre o qual estás a comunicar e a tua boa moral. Traduzindo para o nosso mundo atual com a febre da comunicação digital: não basta ser bom, leva algum tempo até os leitores do teu blog ou os teus seguidores entenderem que és bom em determinada área. Não esperes reconhecimento se não comunicares para isso mesmo. Em termos de produção de conteúdo, significa que podes modelar a percepção que o público tem de ti:

  • Partilha as tuas melhores experiências;
  • Usa uma linguagem amigável;
  • Mostra vontade real de ajudar;
  • E segurança em ensinar e aprender.

Se és um produtor de conteúdo web, com certeza identificas-te com esse tipo de comportamentos. A forma como comunicas transparecerá por certo a tua autoridade e conhecimento na matéria. Usa isso a teu favor para ganhares credibilidade junto da tua audiência.

Logos

Logos, lógica. O logos é como se houvesse um “espírito de razão” nos teus textos ou conteúdos. Para Aristóteles, o teu discurso não será convincente se não puderes provar logicamente o que está a ser dito. No universo do Marketing de Conteúdo isso é absolutamente comum. Muitas vezes isso é um diferencial gritante entre um bom e um mau conteúdo. Afinal, como te sentes quando vês um conteúdo cheio de promessas, ou um título chamativo que depois deixa as tuas expectativas frustradas? A ausência de logos afasta os leitores, ouvinte e seguidores. E, para não cometer esse erro crasso, é melhor tu:

  • Não seres ambíguo ou redundante. Explica com poucas palavras o máximo de significado que conseguires encontrar, não o contrário;
  • Não exageres na força das expressões. Faz só promessas que podes cumprir, não te rendas ao clickbait.
  • Ao falar sobre fatos e estudos, dá sempre os créditos e insere as fontes da tua pesquisa

Ainda dentro da lógica da Lógica, surge mais tarde aprofundada pelos estoicos e aplicada à audiência, que reforçava a importância de comunicamos para a audiência certa. Se o meu público quiser ouvir falar sobre os melhores golos ou escândalos da jornada não adianta eu falar sobre as melhores formas de nos mantermos saudáveis, poucos se irão interessar.

Pathos

Pathos, por consequência, vem da palavra “empatia”. É a capacidade de extrair a emoção do público e transmitir paixão pelo que se comunica! Não é à toa que até as emoções mais ruins atraem mais cliques e impressões. Por outras palavras, sentimentos convencem. A persuasão é amparada por um discurso emocionado. e é aí que entram os gatilhos mentais, que vão acender uma centelha de ideias na cabeça do teu público.

Para dispará-los, precisas de mostrar o teu pathos, mostrando a tua paixão pelo assunto do qual falas da seguinte forma:

  • Utiliza o storytelling para fazer o interlocutor ambientar-se na narrativa;
  • Dialoga com a tua persona. Faz perguntas, fala dos problemas que ela enfrenta e gostarias de ajudar a solucionar;
  • Toma o controle da narrativa. Utiliza ganchos para conectar as frases e deixar a escrita fluida. Assim, o interlocutor deixar-se-á guiar pelo teu tom, às vezes sem perceber.
  • Encerra com frases de efeito e guarda os momentos mais “emocionantes” para o fim, criando uma expectativa forte no leitor.

Infelizmente, atualmente, na ânsia de comunicar que referi inicialmente, muitas marcas se esquecem destas boas práticas com  2300 anos e despejam todo o tipo de conteúdo em tudo quanto é lado, ao invés de tentar estabelecer uma comunicação e relacionamento eficaz com as audiências que fazem mais sentido para elas.

Deixo aqui a sugestão para os atuais gestores de Marketing Digital. Estudem mais sobre a retórica de Aristóteles e sobre os estoicos e aprendam melhor a arte da comunicação e do convencimento!